I alone.

São milhares de milhões de decímetros, em palavras.
São milhões de metros, em frases.
São milhares de kilómetros, em textos.
Podia forrar estradas com páginas.
Podia ler a A2 de uma ponta à outra.
É um nada de sabedoria.
É demasiada fantasia.
Neste jogo, não há entertaineur.
Neste jogo, não posso ligar para ninguém.
Neste jogo, o público não vota.
Neste jogo, a melhor das hipóteses é 50/50.
Não posso contar com ajudas!
Quero ser tudo o que tenho!
Quando souber viver com isso, estou pronto para partilhar!

Costas voltadas... vou ver Algés!

Foram cinco meses de desconhecimento mutúo.
Vivemos em partilha e partilhámos nada senão o inevitável.
E esse inevitável foi mau de mais para mim.
Não que tivessemos que nos conhecer ou partilhar alguma coisa... Ninguém diz que tem que ser assim.
Mas eu já vivi assim e gostei.
Foi giro.
Aprendi e ensinei e isso é, para mim, bonito.
Contigo foi apenas e só... Regrado.
E isso é pouco.
Foi financeiro e foi caro.
A meu ver, não mereces a minha companhia porque não fizeste dela uso.
Não tenho nada porque te agradecer e isso mostra que foi muito fraco.
Vou ali ver Algés!
Até mais ver.

Casa arrumada! Depois, trancas à porta!

Estou cá.
Tenho que por aqui estar.
Cansado, triste, sigo um caminho outroura desejado.
Tenho que continuar esta empresa.
Cá estou eu outra vez.
Serei eu mesmo?

Não tens por onde fugir a ti, meu cão!
Fizeste merda outra vez... fodasse! Estúpido! és uma pessoinha com dificuldades de aprendizagem, não és puto?!
Sabes que mais? Aguenta e não chora.

Não consigo encontrar-me... Falta-me espaço!
A culpa nem é minha nem é de ninguém mas o pior cego é o que não quer ver!
Seguir em frente... Consigo, mas é sinuoso demais para me sentir seguro...

Não tens espaço...
Não tens culpa...
E é sinuoso, dizes...
Que puta de feitio que tu tens... IRRA!
Sabes o que queres? Tu ao menos sabes o que queres?
Tu nem sabes o que sabes!
És errante!
És sozinho e não és companheiro!
És pena e és pesado!
És desengano e fantasia!
És fado e és desgosto!

Cala-te!
Cala-te!
Cala-te, caralho!
Está calado em silêncio, por favor!
Não consigo mais ouvir o que me gritas em surdina!
Não vês que tento?
Não vês que dou a cara?
Não vês que não fujo?
Não vês que carrego tudo comigo?
Fodasse, outra vez!!!
Morri mais vezes que as vidas de um gato ao cubo... mas nunca houve lugar a cerimónia fúnebre.
Ninguém sabe e tu não vais contar, cabrão!
Proíbo-te!!!
Há coisas minhas e minhas só!
Sempre foi assim. E é assim que quero morrer: Eu!
E tu não te vais intrometer. Não te reconheço direitos! Só tens obrigações!
Cumpre-as!

Sabes qual é a minha obrigação agora?
Lembrar-te todas as coisas que tentas esquecer.
Negligenciar-te o direito á resignação.
Obliviar-te as certezas e libertar o caos.
Arruma tu a casa que essa não é tarefa minha, calão!

Não tenho agora ânimo nem sei se sei já rir...